Regras para o desenho de tabelas | Parte 3

Depois de vermos a importância das chaves primárias, na terceira parte das regras para o desenho de tabelas vamos ver como elas se relacionam entre si. É essa associação entre os dados armazenados em duas ou mais tabelas que dá forma a uma base de dados relacional. Um grupo de tabelas isoladas, como que ilhas - sem vista entre si - num vasto oceano, não passa de uma tulha de dados com pouco ou nenhum interesse para os processos de tomada de decisão.

Como se faz então essa associação entre tabelas?

Essa conexão faz-se através do que se designa como chave estrangeira, que consiste numa ou mais colunas de uma tabela que são provenientes de outra tabela, conhecida como tabela-pai ou tabela de origem. São essas colunas em comum que permitem relacionar os dados entre si. Uma chave estrangeira diz-se simples quando consiste numa única coluna, e composta quando é formada por duas ou mais colunas.

No esquema Cinema retratado na Figura 1 a tabela Actores do Filme tem duas chaves estrangeiras:
  • a coluna Filme proveniente da tabela Filme e da coluna Título do Filme, em notação técnica seria Filme.Título do Filme, i.e., nome_da_tabela.nome_da_coluna;
  • e a coluna Actor com origem na coluna Nome do Actor da tabela Actor.


Figura 1: Esquema Cinema.

Então a tabela Actores do Filme tem duas chaves estrangeiras (simples). Por sua vez o conjunto destas duas colunas constitui a chave primária da tabela, ou seja, são os valores simultâneos nas duas colunas os únicos que asseguram a regra da integridade da tabela. Caso se escolhesse, e.g., a coluna Filme como chave primária então haveria apenas a hipótese de cada actor durante toda a sua vida artística participar numa única película. Por outro lado, e considerando o último exemplo, sendo as chaves primárias das tabelas Actores do Filme e Filme as mesmas então isso implicaria que seriam uma e a mesma tabela.